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Exames, vacinas e mais
Na maioria dos casos, o diagnóstico etiológico presuntivo pode ser estabelecido a partir de indícios epidemiológicos, das manifestações clínicas, do exame físico e do conhecimento dos mecanismos fisiopatológicos dos enteropatógenos.
A pesquisa do agente infeccioso é importante em pacientes nos quais a intervenção com medicamentos antimicrobianos pode ser necessária, como imunocomprometidos, desnutridos graves, lactentes jovens e idosos ou se em algum momento da evolução houver a suspeita de infecção sistêmica. Os testes laboratoriais que podem ajudar na elucidação desse agente são:
Cultura de fezes: útil na identificação de bactérias enteropatogênicas. A cultura de fezes inclui a pesquisa de diversos agentes como E.coli enteroinvasora, E.coli enteropatogênica clássica, E.coli entero-hemorrágica, Salmonella spp., Shigella spp., Campylobacter spp., entre outros. A pesquisa de alguns patógenos, como Yersinia spp., Vibrio cholerae e E.coli enterotoxigênica, deve ser solicitada separadamente, pois implica métodos especiais para isolamento e identificação.
Pesquisa de Rotavírus e Adenovírus nas fezes: realizado por imunocromatografia, o teste tem sensibilidade e especificidade para Rotavírus de 96,3% e 97,2%, respectivamente. Para o Adenovírus, a sensibilidade atinge 87,4% e a especificidade 98,6%. A identificação desses vírus nas fezes permite o diagnóstico etiológico precoce, evitando, assim, o uso desnecessário de antimicrobianos e orientando medidas epidemiológicas adequadas.
Pesquisa de Norovírus nas fezes: realizada por PCR em tempo real, que é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico desse agente. Como tem baixa dose infectante e é resistente ao pH gástrico, o Norovírus está associado a surtos onde há concentração de pessoas em áreas de tamanho reduzido, como casas para idosos, reuniões para festividades, navios de cruzeiro, entre outros.
Amebíase
A ingestão dos cistos viáveis da Entamoeba histolytica causa a infecção, mas o trofozoíto é a forma capaz de invadir a mucosa intestinal, levando à colite amebiana aguda. A infestação atinge cerca de 10% da população mundial, mas a maioria dos indivíduos portadores é assintomática.
Como fazer o diagnóstico
• Exame parasitológico de fezes e pesquisa dos trofozoítos: o exame parasitológico de rotina é capaz de detectar apenas as formas císticas – a pesquisa de trofozoítos é realizada pela coloração tricromática de Wheatley. Esses exames não permitem diferenciar a E. histolytica da E. dispar, não patogênica, visto que, ao exame microscópico, essas duas espécies de ameba são morfologicamente idênticas. Um único resultado negativo não afasta a possibilidade da infecção, razão pela qual devem ser examinadas três ou mais amostras.
• Pesquisa do antígeno da Entamoeba histolytica nas fezes: realizado por ensaio imunoenzimático, o método é capaz de diferenciar a infecção causada pela E. histolytica da E. dispar. Apesar da alta sensibilidade do exame, na presença de níveis do antígeno abaixo de seu limite de detecção, resultados falso-negativos podem ocorrer – na suspeita clínica, recomenda-se fazer coletas seriadas. Não há descrição de reação cruzada com outros parasitas.
• Sorologia: realizada por ensaio imunoenzimático, um teste positivo sugere infecção atual ou pregressa pela E. histolytica.